8.6.09

A promíscuidade na modernidade



Parece que hoje em dia, a mulher promíscua já não é tão mal vista na sociedade (num certo tipo de sociedade, cabe salientar!) como antigamente. A modernidade libertou um pouco as mulheres para darem pra quem elas bem entenderem. Qual homem hoje em dia não tem uma amiga mulher que sempre lhe conta suas aventuras e peripécias sexuais, com riqueza de detalhes e prazer na narrativa, sem que com isso seja taxada de vagabunda ou outros adjetivos preconceituosos por seu interlocutor? As “Genis” da vida hoje em dia já não são tão apedrejadas como outrora, na verdade me parece até que são incentivadas em sua sanha sexual, voluptuosidade e na arrematação do maior numero de machos interessantes e possíveis. É verdade que certo preconceito gerado no ponto de vista, na leitura que se faz, ainda persiste. Peguemos por exemplo a personagem citada de Chico Buarque, que era linchada pelo povo de sua cidade simplesmente por que “ela dá pra qualquer um”. Existe na leitura masculina a idéia de “ela dá pra todo mundo” e “dá pra quem ela quer”, essa seria a diferença da mulher antiga, promíscua e depravada para a mulher moderna, liberal e revolucionária?
Imagine a cena: Dois homens conversam sobre uma mulher e um deles diz: - Vai lá rapaz que aquela ali é safada, dá pra todo mundo! Pois bem, e se o cara chega lá e ela não dá pra ele? Então o primeiro reconsidera e corrige: - É... aquela ali é moderna, só dá pra quem ela quer...
A mulher precisa de um motivo pra dar agora? As mulheres que dão com as maiores das boas intenções são menos depreciadas que as que dão “pra qualquer um”? Ou seria o inverso na cabeça fálico/machista, a mulher que quer dar à vontade necessariamente tem que dar pra todo mundo? Ou ela continua sendo a eterna prostituta que mesmo mal falada, todos os homem a querem para si e dizem: - Já que ela gosta de dar, vai ter que dar pra mim também?

1.6.09

Coleção reúne em DVD filmes seminais e raros do cinema marginal brasileiro

INÁCIO ARAÚJO e
JULIANO TOSI
Especial para o UOL

"Há sempre uma minoria nos censurando. É uma das manias brasileiras: de botar de castigo, de censurar, de marginalizar". O depoimento, longo e belíssimo, está no DVD de "Sem Essa Aranha" e é de Rogério Sganzerla: "Você não é marginal, ninguém quer ser marginal. Os melhores foram sacrificados, isso é uma evidência".



Capa de "Bang Bang", do diretor Andrea Tonacci

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Aos poucos, no entanto, um dos momentos mais ricos - e mais desconhecidos - do cinema brasileiro, o cinema dito marginal (1968/73), vai finalmente ocupando seu local de merecimento.

Neste mês chegaram às lojas e locadoras os primeiros DVD's da Coleção Cinema Marginal Brasileiro, que promete ser - pela qualidade dos filmes e por sua raridade - um dos lançamentos do ano.

No primeiro pacote, são quatros discos: "Bang Bang", de Andrea Tonacci; "Sem Essa Aranha", de Rogério Sganzerla; "Os Monstros de Babaloo", de Elyseu Visconti; e "Meteorango Kid, o Herói Intergalático", de André Luiz Oliveira.

É notável e surpreendente que estes filmes estejam disponíveis em DVD (salvo "Bang Bang", nenhum deles fora lançado nem mesmo em vídeo) e numa edição tão bem cuidada. Todos os DVD's incluem, por exemplo, também um livrete de 16 páginas com ensaios e críticas dos filmes.

Cada disco contém ainda uma série de extras preciosos. O disco com "Sem Essa Aranha" tem como bônus os curtas "A Miss e o Dinossauro" e "Histórias em Quadrinhos", além da citada entrevista com Sganzerla. O filme de Tonacci é acompanhado por dois curtas-metragens ("Olho por Olho" e "Blá Blá Blá") e uma palestra de Ismail Xavier.



Capa de "Sem Essa, Aranha", do diretor Rogério Sganzerla

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Ciclo maldito
Não deixa de ser curioso como o cinema marginal, de ciclo quase maldito, passou a ser objeto de um interesse crescente de muitos espectadores.

Na virada dos anos 1960/70, em todo caso, a cortina de fumaça em torno dos ditos cineastas marginais era especialmente densa.

De modo que, mais do que cinema marginal, muitos acreditam que seria mais correto falar em um cinema marginalizado - pelos exibidores, pela censura (que interditou e/ou cortou diversos títulos), parte da crítica e, sobretudo, pelos organismos oficiais. Muitos dos filmes do ciclo não receberam do antigo Instituto Nacional do Cinema o "certificado de qualidade" necessário para serem lançados no circuito.

É a partir daí que faz sentido falar em "cinema marginal". Isto é, o que ficou à margem da política cinematográfica oficial, que constituiu uma espécie de "não dito" de nossa cultura, em grande medida porque constituiu-se fora dos parâmetros aceitos na época, que tinham como origem ou a Vera Cruz ou o Cinema Novo. Ora, esses filmes tanto estavam fora do tipo de nacionalismo praticado pelo Cinema Novo como do "universalismo" da antiga Vera Cruz. Situavam a política não mais em seus "assuntos", mas buscavam inscrevê-la mesmo nas próprias imagens que produziam.



Capa de "Os Monstros de Babaloo", de Elyseu Visconti

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Difícil dizer até que ponto um dado influencia ou foi influenciado pelo outro, mas a onda de interesse em torno dos marginais começa com as grandes retrospectivas organizadas no Centro Cultural Banco do Brasil (a primeira, em São Paulo, em 2001). Foi a primeira vez, em muitos anos, que diversos dos filmes do ciclo foram exibidos.

Parceria no lançamento
E é Eugenio Puppo, curador da mostra, que está lançando os DVD's em parceria com a Lume Filmes (uma nova distribuidora que em pouco tempo já possui um ótimo catálogo) e apoio da Cinemateca Brasileira, onde estão depositadas as matrizes dos filmes.

Como diz Andrea Tonacci, em entrevista publicada no catálogo da mostra: "filmava-se como era possível, o nome, o rótulo 'marginal' veio depois. Tentou ser pejorativo, queria atingir mais as pessoas que os filmes, e hoje tornou-se coerente com a postura da época, declaradamente libertária".

"O Bandido da Luz Vermelha" (lançado em DVD no ano passado pela Versátil), de Sganzerla, talvez o mais emblemático e conhecido filme do ciclo, tematizava justamente o marginal como figura da revolta.

Diante da repressão, da ausência de perspectivas, do sentimento de impotência frente a forças obscuras, a alternativa marginal preconizava a transgressão: "Quem não pode fazer nada, avacalha", berrava o Luz Vermelha. Os filmes do ciclo marginal são, assim, um retrato do mal-estar no ambiente cultural e social brasileiro nos anos mais duros da ditadura.



Capa de "Meteorango Kid", de André Luiz de Oliveira

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O desejo de experimentar era outra marca dos filmes. Contra um cinema do bem-fazer e à boa técnica, era preciso opor um cinema da invenção, imperfeito e incerto, mas de uma vitalidade à toda prova. Rogério Sganzerla dizia, a respeito de um de seus filmes: "Fiz questão de filmar como não se deve filmar".

Pois o mundo não comportava mais um cinema eminentemente narrativo - ou seja, coeso e lógico. Os filmes eram propositadamente opacos, pois o mundo mesmo perdera o sentido. O fundamental era a capacidade de olhar com olhos livres. Não por acaso, o crítico Jairo Ferreira preferia definir o ciclo como o do "cinema de invenção". Experimentar o mundo, descobrir as coisas, ainda que o gosto desta revelação muitas vezes fosse amargo e nauseante.

A coleção completa terá outros oito discos lançados até o final do ano, entre eles "Lilian M, Relatório Confidencial", de Carlos Reichenbach; "Hitler III Mundo", de José Agrippino de Paula; "O Pornógrafo", de João Callegaro; e "A Margem", de Ozualdo Candeias.

25.5.09

Que Pachanga!


Hola muchachos y muchachas!
Los Chilotes fazem nessa terça-feira (26/05) uma festa chamada "Que Pachanga!" na Z-carniceria lá no baixo augusta. Una noche regada a mucha cumbia colombiana, cumbia villera, electro cumbia y power cumbia... e tem mais quem for vestido a carater, chapeu panama, camisa florida, ou guaiavera ganha um chopp!

A casa abre às 21h e a discotecagem começa por volta das 23h

Z Carniceria Bar
Rua Augusta, 934 – Bela Vista.
Entrada: Free
http://www.zcarniceria.com.br/
http://www.myspace.com/loschilotes

4.5.09

LOS CHILOTES - CASETTE MEZCLADA (MIXTAPE)




A dupla de dj's Los Chilotes fez uma mixtape com o melhor da sua discotecagem. Nessa casette mezclada você vai escutar muita cumbia, eletrônica, colombiana e villera, além de reggaeton e música brega latina! TÁ ESPERNDO O QUE?

CLICA AQUI PARA DOWNLOAD

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E amanhã rola discotecagem na festa CHACHACHA na Fun House!
Rua Bela Cintra, 567
São Paulo, São Paulo
R$ 10

16.4.09



Nessa sexta a dupla Los Chilote (Tide a.k.a Fideo Astro e Pablo Saborido) vai bombardear as pélvis bailantes com muita cumbia colombiana, cumbia villera, electro-cumbia, vallenato, guaracha e reggaeton.
A baladinha no Bar do Netão tá pegando! Pra quem ainda não conhece, o Netão é muito gente fina e comprou a idéia de fazer baladas no buteco. Todas as sextas rolam discotecagens e a pista bombando com a zumbizada a madrugada toda.
Nessa sexta em especial existe um motivo a mais para cumbiar: É aniversário do chilote Pablo e também dos amigos Rafael Lupo e Michelle Rolandi.

FESTA VOODOOHOP

UGI aka GUI + VJ UTRAHAAR
LOS CHILOTES
THOMASH

Bar do Netão
Rua Augusta, 822 B - Em Frente ao Vegas Clube próximo ao Ecléticos Bar (loira) - Baixo Augusta

Sexta-Feira 17/04
A partir das 23hs
Entrada: TOTAL FREE

14.4.09

Filosofia de Vida

Quero um emprego pra ganhar muito dinheiro com pouco trabalho, para sobrar tempo e me esforçar (naquilo que gosto) com muito trabalho (no qual ganho) pouco dinheiro.

31.3.09

Tom Mylan é o cara!

Na periferia da zona leste freqüentávamos um estabelecimento onde, somente aos finais de semana, serviam-se espetinhos variados e cerveja gelada. Chama-se singelamente de Açougue. Na primeira vez em que fui convidado para tomar uma cerveja por lá cheguei pensando que se tratava de um bar comum com um nome peculiar, mas me surpreendi quando vi que era um verdadeiro açougue e que no restante dos dias funcionava como tal, abastecendo as donas de casa com maminhas, alcatras, chuletas, bistecas e toda sorte de miúdos e cortes.

Há pouco tempo inauguraram na Rua Augusta um ambiente semelhante ao açougue da zona leste: a Z-Carniceria, um antigo açougue dos anos 50 reformado e transformado em bar de modernos. A Z- carniceria ganha do Açougue no quesito decoração e “hypagem”, mas perde em autenticidade já que é fake.

Ao que me parece, a carne vermelha está de volta à moda. Depois da onda vegetariana que tomou o mundo ela ressurge com o status que merece.

Uma pesquisa recente publicada na Revista Época desse mês confirma que o consumo moderado não faz mal a saúde e que cada vez mais uma multidão de novos carnívoros surge com preocupações relativas à procedência e métodos de abate dos animais que consomem, assim como os legumes e vegetais orgânicos que tanto agradam os vegetarianos ortodoxos. Nessa nova onda do “neocarnivorismo” o atual papa é o açougueiro Tom Mylan que trabalha no açougue Marlow & Daughters em Nova Iorque. Ex-vegetariano, Mylan é um crítico ferrenho das carnes industrializadas e atualmente dá cursos concorridíssimos de corte de animais; defende o aproveitamento máximo da carne e os tratos humanitários na criação e abate dos animais.

Como um bom nerd que se preze (daqueles que desmontam as coisas para saber como funcionam e pesquisam a fundo tudo o que gostam) acho interessante essa nova postura em relação à carne, essa consciência sobre a origem dos produtos que consumimos. Imagino um futuro no qual possamos criar nossos próprios porcos com todo amor e carinho e abatê-los com toda precisão e técnica extraindo o “crème de la crème” dos saborosos suínos...




Abaixo entrevista e vídeo de Tom Mylan demostrando o corte de um porco no curso em seu açougue:

Fonte: Época
Autor: Cristiane Segatto e Andres Vera

Por que você decidiu virar um defensor da carne?
Tom Mylan – Eu fui vegetariano durante muitos anos antes de virar açougueiro. Achava que a indústria da carne tratava os animais com desprezo. Ainda acho. Mas descobri que alguns lugares podem tratar bem os animais. No meu açougue, todos eles vêm de fazendas locais e têm certificado de manuseio humanitário. Também acredito que, se você vai matar o animal para comer sua carne, melhor aproveitar todos os cortes. É uma maneira de respeitá-lo.

Por que as pessoas se interessam por seus ensinamentos de açougueiro?
Mylan – Em minhas aulas, recebo gente do mundo da culinária, curiosos e até escritores. Todos eles querem saber de onde vem o alimento, seja ele um pedaço de carne, seja um vegetal. Comida de qualidade vem de lugar de qualidade e é sinal de saúde. Eu também ensino os alunos a descobrir cortes deliciosos e baratos. Um chef de cozinha tem muito a aprender com um açougueiro.

Os vegetarianos odeiam você?
Mylan – Não. Os vegetarianos que conheço sabem que faço o melhor para garantir que os animais que cortamos aqui sejam bem tratados e tenham uma boa vida. Hoje, como pouca carne, dou mais valor para a qualidade. Mas um vegetariano ainda ficaria bem enojado se visse as carcaças penduradas em meu frigorífico.